quarta-feira, 23 de março de 2011

Como escolher seu lote?

Está pensando em construir, mas ainda não possui um lote? Veja aqui algumas dicas para a compra.
A primeira coisa a se pensar é o tipo da construção, o valor que você quer investir e a localização que se pretende morar ou instalar seu comércio. Se você ainda não pensou em nada disso, nossa orientação é procurar um profissional que lhe auxilie neste processo. Se você já tem em mente o que deseja construir, o próximo passo é procurar um terreno que seja compatível com o tipo de construção, tanto no que se refere às dimensões do projeto, quanto ao uso, já que algumas áreas na cidade possuem restrições quanto ao uso comercial e ao gabarito das construções.
Em relação às características físicas do lote, geralmente as pessoas procuram terrenos mais planos, mas isso vai depender do tipo da construção. Se você busca por uma casa ou comércio térreo, o terreno plano é a melhor opção, claro que com as dimensões adequadas a um projeto térreo. Esse tipo de terreno não necessita de movimentação de terra, o que torna a obra menos onerosa.
Um terreno plano pode abrigar uma casa térrea ou assobradada, já que os gastos com a movimentação de terra podem ser revertidos para a execução da fundação, que no caso das casas assobradadas são mais onerosas. A casa Acapulco, situada no Guarujá, é um exemplo de uma casa implantada em terreno plano, que trabalha a transparência das áreas sociais e de lazer.


Os terrenos em declive, ou seja, aqueles que descem em relação ao nível da rua, tornam a obra mais onerosa, pois é necessário algum aterro e construção de muro de arrimo. Essas áreas possibilitam a construção de subsolo, que abrigam geralmente garagens, áreas de serviço ou áreas de lazer.  Esse tipo de terreno possibilita a criação de projetos diferenciados, que tiram partido das qualidades do terreno, com ambientes em diferentes níveis, áreas com vistas privilegiadas para paisagens e áreas de lazer mais intimistas.

Vamos mostrar dois exemplos de projetos que venceram os desafios de um terreno em declive, criando casas funcionais, leves e integradas com o entorno. A primeira casa, localizada na zona sul carioca, possui um terreno com 85% de declive e foi concebida em quatro níveis. O primeiro nível abriga a área social e a cozinha e os outros três abrigam as quatro suítes e área íntima. A entrada da casa ficou bem discreta por conta do terreno e tornou a casa bem intimista.


Outra casa bem singular, localizada na praia de Ubatuba, venceu um declive de 50%, onde o arquiteto conseguiu solucionar o programa em três níveis. O primeiro e segundo nível são destinados a área social e de lazer e no último encontra-se a sala intima e os quartos. O curioso desse projeto é que toda a estrutura foi solucionada com apenas três pilares de concreto, duas vigas metálicas e tirantes que sustentam as lajes e transmitem as cargas para as vigas.

 
Os terrenos em aclive são aqueles que estão subindo em relação ao nível da rua e também permitem trabalhar com diferentes níveis. Porém, nos fundos, o lote pode ficar vulnerável ao lote logo acima, tendo sua privacidade comprometida. Os cortes de aterro também podem onerar o projeto.  Para exemplificar este tipo de lote, escolhemos duas residências que foram implantadas sem a necessidade de cortes abruptos e grandes murros de arrimo.
A residência localizada em Belo Horizonte, venceu um aclive de 20 metros com uma grande rampa de acesso localizando a casa na porção superior do lote, permitindo assim uma vista privilegiada para a cidade. O lote foi divido em dois platôs, que ajudam a organizar a moradia em três pavimentos.


O próximo exemplo trabalhou com um aclive de 4 metros, localizado em um terreno estreito de São Paulo, que possuía apenas 9 metros de largura e 50 metros de extensão. A casa foi organizada em dois andares e seu grande diferencial foi utilização de apenas um muro de arrimo, aproveitando ao máximo as características do lote.

          De qualquer maneira, todos os lotes , sejam eles grandes ou pequenos, de topografia difícil ou não, permitem a construção de espaços para habitação, pois os arquitetos estão sempre atentos ao que pode ser extraído de melhor de cada local.

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